sábado, 3 de dezembro de 2011

Te desejo

Poema

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

D.A

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Relacionamento Tênis e Frescobol por Rubem Alves

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo Tênis e há os casamentos do tipo Frescobol.


Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Os casamentos do tipo Frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me.

Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta:
"Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?"
Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Sherezade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O Império dos
Sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, Sherezade o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da
eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.

E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes. Fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo:
"Eu te amo". Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, eu te amo não quer dizer mais nada". É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia
Prado: "Erótica é a alma".
Tênis é um jogo feroz. O objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada. Palavra muito sugestiva - que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

Frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá....
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão.. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres ao vento. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para
que o jogo nunca tenha fim...

domingo, 14 de agosto de 2011

Quem está a fim

-Quem está a fim, demonstra interesse, quer saber da sua vida, do seu dia, dos seus planos e desejos.

- Quem está a fim, quer te ver, quer marcar um café, um cinema, uma balada ou um simples “esbarrão” onde seus caminhos se cruzam...

- Quem está a fim, liga, manda mensagem, torpedo, carta, sinal de fumaça, qualquer coisa... mas não desaparece!

- Quem está a fim, cumpre o que promete. E quando não pode cumprir, se justifica, se explica, pede desculpas.

- Quem está a fim, não vive inventando desculpas duvidosas ou esfarrapadas para os recorrentes sumiços ou “furos”.

- Quem está a fim, sente saudades, reclama sua ausência, esforça-se para viabilizar um encontro, nem que tenha de fazer parecer mera “coincidência”.

- Quem está a fim, dá um jeito de descobrir do que você gosta, porque o que mais quer é te agradar, surpreender, conquistar, seduzir...

- Quem está a fim, não vai embora só porque vocês discutiram, não desiste de você depois do primeiro obstáculo.

- Quem está a fim, não vai embora só porque vocês discutiram, não desiste de você depois do primeiro obstáculo.

Quem está a fim, persiste, insiste, tenta até o fim...

domingo, 5 de junho de 2011

A Profundeza do Ser -Brhadaranyaka Upanishad

A Profundeza do Ser -Brhadaranyaka Upanishad


O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
o que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for a tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.
E quando descobrimos que nosso
verdadeiro Eu é potencialidade pura,
alinhamo-nos à força que coordena
tudo no universo.
A fonte de toda a criação é a conscientização pura...
a potencialidade pura que busca expressar-se do não manifesto ao manifesto...
O universo opera através de trocas dinâmicas
dar e receber são diferentes aspectos
do fluxo da energia universal.

Toda ação gera uma força energética
que retorna a nós da mesma forma
O que semeamos é que colheremos amanhã.

Em nossa própria capacidade de dar tudo aquilo que almejamos encontra-se a chave
para atrair a abundância do universo
- o fluxo da energia universal para a nossa vida.

E quando escolhemos ações que levam felicidade e sucesso aos outros,
o fruto deste ato é sem dúvida alguma a felicidade e o sucesso que certamente nos virão.

E quando utilizamos as forças
da harmonia, da alegria,
do amor, atraímos sucesso e
boa sorte facilmente.

A inteligência da natureza opera
pela lei do mínimo esforço
sem ansiedade, com harmonia
e amor.

É inerente a toda intenção e a todo desejo
o mecanismo da sua realização
a intenção e o desejo têm,
no campo da potencialidade pura,
o poder da organização infinita.

No distanciamento está a sabedoria da incerteza
na sabedoria da incerteza está a libertação do passado,
do conhecido, que é a prisão dos velhos condicionamentos.

E na mera disponibilidade para o desconhecido,
para o campo de todas as possibilidades,
rendemo-nos à mente criativa
que rege o universo.

E quando introduzimos uma intenção
no campo fértil da potencialidade pura,
colocamos essa infinita organização
a nosso serviço.

Todos têm um propósito de vida
um dom singular ou um talento único
para dar aos outros.
E quando misturamos esse talento singular
com benefícios aos outros,
experimentamos o êxtase
da exultação de nosso próprio espíritoentre todos,
o supremo objetivo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011


...o que for seu intimo mais profundo,
assim sera seu desejo e o que que for seu desejo,
assim serao seus atos e os seus atos moldarao o seu destino...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Paixões virtuais

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Se pensarmos bem, a paixão virtual é um estado alterado da consciência, em que as pessoas concentram as suas energias numa fantasia.
Apaixonamo-nos pelo sentimento, pela felicidade, pelo sonho, muito mais do que pela pessoa real.
Na paixão não se vê os defeitos ou os problemas referentes ao ser amado, vê-se apenas o estado de graça e o prazer.
Principalmente nos casos de paixão virtual, as pessoas apaixonam-se mais por si mesmas, pela sua capacidade de seduzir e envolver, do que pelo outro.
Não estando nós, em contacto directo com a pessoa amada, a paixão que acontece, é apenas um reflexo daquilo que queremos que aconteça.
A sensação principal que nos leva a esse sentimento de paixão virtual, é o desejo da aceitação.
Amamos aqueles, ou aquelas que nos aceitam e nos tratam bem. Ama-se a sensação de ser bem tratado.
Não importa a idade, a aparência física, os defeitos ou dificuldades que o outro tenha na vida quotidiana. O que importa, são os momentos de prazer quando estamos em contacto, seja através do messenger, chats ou outra coisa qualquer, via web.
E essas paixões, por existirem apenas no mundo da fantasia, tornam-se às vezes ainda mais fortes que nas relações reais, uma vez que só vemos o que nos apetece e dizemos o que queremos
Virtualmente não existem pessoas feias. Basta ser simpático, que a nossa imaginação transforma o outro em bonito, agradável, sensual. A sensualidade está nas palavras, não nas atitudes reais.
Todas as mulheres são bonitas e todos os homens são carinhosos e sensuais, porque isto é o que buscamos no outro.
É por essa imagem que acontece a paixão.Apaixonamo-nos pelo que o outro aparenta ser, não pelo que é.
E, através da comunicação virtual, é muito mais fácil preservar o ego, mostrar apenas o que se decide mostrar.
Apenas o convívio desmascara. E aí, quando as máscaras caem, é que se conhece a verdadeira pessoa e podem acontecer as desilusões.
A diferença fundamental com os encontros reais, é que é possível manter a imagem por mais tempo.
Por outro lado, os encontros virtuais são muitas das vezes tão intensos, tão ricos, que depois de alguns dias de contacto entra-se geralmente numa intimidade que a maioria das pessoas não consegue nos contactos pessoais.
O facto de as pessoas não se exporem visualmente, facilita ainda mais a abertura das emoções.
Ao contrário dos encontros pessoais, em que a espontaneidade conta muito, nos emails e nos blogs, as pessoas podem repensar as suas palavras, usar citações de poesias ou elaborar textos para surtir maior efeito.
A máscara, inevitavelmente se forma. Mas ao contrário da vida real, em que a aparência física é o principal chamariz e só depois se vai ver o que há por dentro, nas relações virtuais primeiro tem-se contacto com o intelectual, depois com
o emocional, o afectivo... e só depois, às vezes, com o físico.
Nas relações virtuais as pessoas procuram e encontram companhia, cumplicidade, carinho, não importa muito o sexo ou a condição económica do interlocutor. Os limites físicos (corporais e de distância) não existem.
Nunca foi tão fácil aproximarmo-nos das pessoas. As amizades surgem de um dia para o outro, basta estar-mos abertos a elas.
É o local onde "almas gémeas" se encontram, onde se abrem as emoções, onde encontra-mos sempre carinho e aceitação...
Façam amizades, apaixonem-se, sejam aquilo que quiserem ser, mas façam o favor de serem felizes...

D.A
The poorest man in the world isn't the one without a nickel, it's the one without a dream.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um dia você aprende

Um dia você aprende que...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno amanhã é incerto demais para os
planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando
e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destrui-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram
escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo
e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que devemos deixar as pessoas que amamos com
palavras amorosas,
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes
tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve
comparar com os outros,
mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo
para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou,
mas onde está indo, mas se você não
sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus actos
ou eles o controlarão, e que ser
flexível não significa ser fraco
ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada
e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas
que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes
a pessoa que você espera que o chute,
quando você cai é uma das poucas
que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver
com os tipos de experiências que se
teve, e o que você aprendeu com elas,
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você
do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer
a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes,
e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva
tem o direito de estar com raiva, mas isso
não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do
jeito que você quer que ame,
não significa que esse alguém não sabe amar,
contudo, o ama como pode,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar
ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente
ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender
a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos
pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa
voltar para trás, portanto, plante seu jardim
e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...
E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte,
e que pode ir muito mais longe depois de
pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras
e nos fazem perder o bem que poderíamos
conquistar, se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare

sábado, 21 de maio de 2011

Reputação e caráter

As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação. A verdade em que você acredita determina seu caráter. A reputação é o que acham que você é. O caráter é o que você realmente é... A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova. O caráter é o que você tem quando vai embora... A reputação é feita em um momento. O caráter é construído em uma vida inteira... A reputação torna você rico ou pobre. O caráter torna você feliz ou infeliz... A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura. O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.

Arnaldo Jabor


sábado, 14 de maio de 2011


Ansiedade

A ansiedade é uma perturbação psíquica caracterizada por um estado quase constante e permanente de inquietação, preocupação, angústia, intranquilidade, desassossego, ansiedade, medo, etc. que provoca um mal estar e uma tensão constante.

A pessoa está sempre numa tensão constante e com "medo de algo" que ela não conhece nem sabe definir.

Ela sente-se intranquila e as situações á sua volta criam-lhe muitas vezes um mal estar que ela não consegue definir nem controlar.

Este estado de espírito altera negativamente a vida da pessoa e leva-a a afastar-se da realidade á sua volta, acabando muitas das vezes por prejudicar a sua vida e os seus relacionamentos.

Mudança de emprego, de casa, casamento, etc. ou qualquer situação que implique mudança podem criar um estado de grande ansiedade e agitação na pessoa que sofre de ansiedade.

Sintomas

Por vezes a pessoa que sofre de ansiedade, sente uma necessidade de estar sempre a fazer coisas por forma a fugir do seu estado emocional para que se sinta melhor.

Normalmente as pessoas ansiosas são "nervosas", apreensivas e têm dificuldades na concentração e de reflexão.

Como sofrem de uma agitação e mal estar constante por vezes têm dificuldade em dormir ou têm um sono não reparador podendo ter sonhos e pesadelos ou um sono leve o que as leva a sentirem-se cansadas ou com pouca energia durante o dia.

Por vezes existem sensações corporais como excesso de transpiração, taquicardia, transtornos respiratórios, dores de estômago, más digestões, perturbações intestinais e outras alterações do sistema nervoso autónomo.

Algumas vezes este estado de espírito agrava outras situações como alergias, dermatites, e outras devido ao stress e ansiedade constantes.

Tratamentos

Por vezes usa-se a psicoterapia para dar uma ajuda nesta situação assim como a prática de exercícios relaxantes como o yoga, tai-chi e outros exercícios físicos por forma a libertarem o stress e a descontraírem a pessoa.

No entanto há que fazer um outro género de trabalho para que se localizem as causas por detrás da ansiedade e para que dessa forma se consigam trabalhar e eliminar as causas da ansiedade.

A ansiedade é uma característica das personalidades ansiosas e como tal a ansiedade tem muito a ver com a personalidade da pessoa que como se sabe é herdada e criada ao longo da vida.

Perdas de pessoas queridas podem muitas das vezes agravar este estado tal como outras situações stressantes vividas ao longo da vida.

A ansiedade é muitas das vezes herdada da família e há que fazer um trabalho familiar e um trabalho que faça um outro tipo de abordagem daquele que normalmente se faz.

Há que mudar a maneira de ver e de sentir da pessoa e para isso tem de se levar a pessoa a ver e a resolver situações que a afectam a nível inconsciente e sem ela se dar conta.

Há que ir ás causas e resolvê-las e isso hoje pode-se fazer de uma forma muito mais rápida quando se sabe o que procurar e como conduzir a pessoa a libertar aquilo que a afecta.

Isto por si só não chega e muitas das vezes há que fazer uma desmemorização das tensões e emoções que foram sendo acumuladas ao longo da vida no corpo e nos tecidos e que agravam todo o estado de ansiedade.

Em muitos casos também é frequente existirem situações físicas no corpo que estão na base da ansiedade e que precisam de ser corrigidas e eliminadas para que a ansiedade se consiga vencer e ultrapassar.

No fundo, há que perceber quais as causas por detrás da ansiedade e saber como corrigi-las para que a pessoa passe a viver a sua vida da maneira que ela merece ser vivida.

José Carlos Santiago

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O dia corre lá fora...


"O dia corre lá fora à toa e há abismos de silêncio em mim. A sombra de minha alma é o corpo. O corpo é a sombra de minha alma."
Clarice Lispector


Eu sou feliz porque eu amo voce!

O ENCONTRO DE DUAS ALMAS PREDESTINADAS


Por ter sido um encontro marcado lá do outro lado, onde pactuaram voltarem, ao se encontrarem, para realizar determinada missão, e assim, quando as almas se encontram, o amor explode como um vulcão.

Este amor chega sem ter dia marcado ou momento marcado para acontecer.

Simplesmente chega, e se instala, criando uma verdadeira orgia de sentimentos alegres, que modificam todos os propósitos e conceitos até então firmados.

O encontro de duas almas tem como foco principal, não a aparência física, mas a semelhança havidas entre elas, o que o Destino destinou a elas, o quando, o como e o porquê.

Existem momentos de tristeza, por uma dúvida que machuca, já que gostaria de saber porque não se encontraram antes, ainda mais quando o momento desse encontro acontece quando não é mais possivel extravasar toda a plenitude do amor que trazem, quando não é mais possivel viver a alegria de amar e querer compartilhar a vida com o outro. Enfim, como se sentem sem a possibilidade de realizar este amor em total plenitude, sentem uma saudade doida e doída uma da outra.

Uma saudade doída de algo vivido em outras vidas, saudade daquilo que poderia ter sido, mas que por alguma razão não o foi.

Reconhecem porém que não haverá retorno para suas pretensões, e mesmo estando distantes, entendem a alegria, a tristeza, o querer um do outro.

Estas almas falam além das palavras, e aliás, delas não precisam, pois se comunicam, se encontram, se amam pelo éter, pelo espaço sideral. São encontros etéricos.

Se o reencontro ocorrer no tempo certo, estas almas afins se entrelaçam e buscam a forma de juntas ficarem, num processo contínuo de reaproximação até a consumação do resgate daquilo que vieram cumprir.

Se diferente for, se o reencontro ocorre num espaço tempo diferente do que suas realidades possam permitir, ainda assim estas almas ficam marcadas, e nunca conseguirão se separar, mesmo que os corpos se separem, elas continuarão a se sentir, pois almas que assim se encontram não mais se sentirão sozinhas, pois reconhecerão a necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade.

São almas que atravessam os tempos, as muitas passagens, buscando o resgate final de seu amor, até que em determinada passagem conseguem cumprir o resgate, tendo então seu descanso final, quando conseguem ter UM LINDO DIA.

Amar faz bem ao coração



Especialistas renomados lembram que o afeto traz bem-estar e pode ter papel preponderante na longevidade

Pesquisa divulgada pela World Heart Federation - com sede em Genebra - revelou que o ato de amar é particularmente bom para o coração. Isso acontece porque, de acordo com os pesquisadores, o amor libera no organismo substâncias que proporcionam sensação de bem-estar, prazer e alegria. Uma atmosfera amorosa - seja ela gerada por amigos, familiares ou por um parceiro - reduz o estresse, a depressão e a ansiedade, fatores reconhecidos como riscos psicológicos para as doenças cardíacas.

Ao conversar com diversos profissionais de saúde, é unânime a opinião: quem ama e é amado vive mais e melhor. O geriatra Renato Maia é um dos defensores da tese de que a solidão é a principal inimiga da longevidade. "A pessoa que tem amigos, que compartilha alegrias e tristezas, envelhece melhor do que aquela que adota um estilo de vida adequado, mas vive só. Chegar à velhice rico e solitário revelou-se um péssimo negócio. Além de poupança e previdência privada, é fundamental investir nas relações", enfatiza o atual presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Seção DF, Dr. Daniel França, o papel do amor, ou da sua falta, na saúde das pessoas é bem conhecido. "Todo mundo sabe contar uma história de alguém que perdeu um ente querido e entrou em depressão ou foi diagnosticado com uma doença grave muitas vezes incurável. Por outro lado, há casos de pessoas que permaneceram em coma por anos, mas que receberam os cuidados de familiares, despertando de repente, como de um sono profundo", exemplifica o médico.

Na Universidade de Brasília, uma pesquisa comprovou que a recuperação de pacientes graves sofria influência das preces de pessoas desconhecidas. Também foi demonstrado que a energia eletromagnética emitida pelo coração é muito superior ao cérebro com bilhões de células em sinapses. Mais que isso, as batidas do coração influenciam, de alguma forma, os registros da atividade elétrica do cérebro. "Quando duas pessoas afetivamente ligadas estão próximas, as batidas do coração de uma interferem nos registros cerebrais da outra. Assim, é bom saber que todo ato de pensar e falar é capaz de gerar uma energia que, de alguma forma, atua sobre aqueles com os quais nos relacionamos", afirma Dr. Daniel.

De acordo com o clínico geral Gustavo Paiva, do Hospital Brasília, pessoas que estão de bem com a vida são menos propensas a infecções. Romantismo? Não. O fato é que a presença do afeto em nossas vidas colabora para a manutenção de uma atitude mental positiva, o que gera um impacto sobre o sistema imunológico e também sobre o coração. O renomado cardiologista Mario Maranhão é enfático ao lembrar que um em cada três indivíduos sofrerá de doenças cardiovasculares. "Adotar um estilo de vida adequado, com a presença de relações saudáveis, faz uma grande diferença", complementa.

Convencido de que amar vale a pena? Então vai uma dica final da médica brasiliense e terapeuta familiar Mônica Mulatinho. "Para que esse sentimento se desenvolva em nossas vidas, é necessário ter amor próprio. Os indivíduos com elevada auto-estima sentem-se mais seguros em suas relações sociais". Mas, como bem lembrou Dr. Renato Maia, não podemos falar de amor sem convocar o poeta. Então, por sugestão do geriatra, fiquemos com Vinícius de Moraes: "a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana".

Fonte: Segs Portal Nacional

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Amar faz bem ao coração





Especialistas renomados lembram que o afeto traz bem-estar e pode ter papel preponderante na longevidade

Pesquisa divulgada pela World Heart Federation - com sede em Genebra - revelou que o ato de amar é particularmente bom para o coração. Isso acontece porque, de acordo com os pesquisadores, o amor libera no organismo substâncias que proporcionam sensação de bem-estar, prazer e alegria. Uma atmosfera amorosa - seja ela gerada por amigos, familiares ou por um parceiro - reduz o estresse, a depressão e a ansiedade, fatores reconhecidos como riscos psicológicos para as doenças cardíacas.

Ao conversar com diversos profissionais de saúde, é unânime a opinião: quem ama e é amado vive mais e melhor. O geriatra Renato Maia é um dos defensores da tese de que a solidão é a principal inimiga da longevidade. "A pessoa que tem amigos, que compartilha alegrias e tristezas, envelhece melhor do que aquela que adota um estilo de vida adequado, mas vive só. Chegar à velhice rico e solitário revelou-se um péssimo negócio. Além de poupança e previdência privada, é fundamental investir nas relações", enfatiza o atual presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Seção DF, Dr. Daniel França, o papel do amor, ou da sua falta, na saúde das pessoas é bem conhecido. "Todo mundo sabe contar uma história de alguém que perdeu um ente querido e entrou em depressão ou foi diagnosticado com uma doença grave muitas vezes incurável. Por outro lado, há casos de pessoas que permaneceram em coma por anos, mas que receberam os cuidados de familiares, despertando de repente, como de um sono profundo", exemplifica o médico.

Na Universidade de Brasília, uma pesquisa comprovou que a recuperação de pacientes graves sofria influência das preces de pessoas desconhecidas. Também foi demonstrado que a energia eletromagnética emitida pelo coração é muito superior ao cérebro com bilhões de células em sinapses. Mais que isso, as batidas do coração influenciam, de alguma forma, os registros da atividade elétrica do cérebro. "Quando duas pessoas afetivamente ligadas estão próximas, as batidas do coração de uma interferem nos registros cerebrais da outra. Assim, é bom saber que todo ato de pensar e falar é capaz de gerar uma energia que, de alguma forma, atua sobre aqueles com os quais nos relacionamos", afirma Dr. Daniel.

De acordo com o clínico geral Gustavo Paiva, do Hospital Brasília, pessoas que estão de bem com a vida são menos propensas a infecções. Romantismo? Não. O fato é que a presença do afeto em nossas vidas colabora para a manutenção de uma atitude mental positiva, o que gera um impacto sobre o sistema imunológico e também sobre o coração. O renomado cardiologista Mario Maranhão é enfático ao lembrar que um em cada três indivíduos sofrerá de doenças cardiovasculares. "Adotar um estilo de vida adequado, com a presença de relações saudáveis, faz uma grande diferença", complementa.

Convencido de que amar vale a pena? Então vai uma dica final da médica brasiliense e terapeuta familiar Mônica Mulatinho. "Para que esse sentimento se desenvolva em nossas vidas, é necessário ter amor próprio. Os indivíduos com elevada auto-estima sentem-se mais seguros em suas relações sociais". Mas, como bem lembrou Dr. Renato Maia, não podemos falar de amor sem convocar o poeta. Então, por sugestão do geriatra, fiquemos com Vinícius de Moraes: "a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana".

Fonte: Segs Portal Nacional

Me perdoa se te magoei, porque eu, já te perdoei faz muito tempo...

terça-feira, 10 de maio de 2011

A cura pelo perdão

A CURA PELO PERDÃO
Pesquisas e estudos vêm comprovando os benefícios, tanto mentais quanto físicos, do ato de perdoar. Entrevistamos o Dr. Fred Luskin, autor de O Poder do Perdão, que estuda o assunto há mais de quatro anos.

Camilla Salmazi
Segundo o dicionário (Dicionário Michaelis) a palavra perdão significa “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc), desculpar e poupar-se”. Sim! O ato de perdoar envolve tudo isso e ainda muito mais. Pesquisas e estudos vêm sendo desenvolvidos nesses últimos anos para mostra e comprovar o poder e os benefícios do perdão.

Porém, não é justo dizer que somente agora o mundo está se dando conta do poder do perdão. No aspecto científico, talvez, mas crença e religiões já pregam a importância do perdão há muitos e muitos anos, principalmente como um ato importante para a saúde do espírito.

No ano passado, Charlotte Van Oyen Witvliet, professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, e seus colega, fizeram uma experiência com 71 voluntários. Nela, foi pedido a eles que se lembrassem de alguma ferida antiga, algo que os tivesse feito sofrer. Nesse instante, foi registrado o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. E quando foi pedido que eles se imaginasse entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, eles se mostraram mais calmos, e com pressão e batimentos menores.

A questão principal, porém, é que o nato de perdoar não é uma das tarefas mais fáceis para nós, seres humanos. Tribos, sociedades, países, famílias e amigos já travaram e ainda travam batalhas, e verdadeiras guerras, por causa de diferenças entre as pessoas, ou devido a algum ato que desagradasse ou prejudicasse, espalhando pelo mundo ainda mais rancor e nem um pouco de paz. Mas o perdão não é impossível, nem mesmo nos casos mais graves, como vem tentando comprovar o Dr. Fred Luskin, autor de O Poder do Perdão e doutor em aconselhamento clínico e psicologia da saúde pela universidade de Stanford.

Após ter sido muito magoado por um grande amigo, Luskin conseguiu, sozinho, achar uma forma de perdoar-lhe, e quis investigar se a sua técnica funcionaria com outras pessoas em casos semelhantes ou em casos mais graves. E desde então, deu início a suas pesquisas.



EM 1999, ELE CRIOU O PROJETO DA UNIVERSIDADE DE STANFORD PARA O PERDÃO, tendo combinado em sua pesquisa dissertativa uma técnica psicoterapêutica, focando e emotividade racional, com alguns estudos sobre o impacto das emoções negativas, como raiva, magoa e ressentimento no sistema cardíaco.

Suas técnicas foram aplicadas em várias experiências, sendo uma delas com dois grupos de pessoas que foram atingidas pelos conflitos entre protestantes e católicos, na Irlanda: um grupo, de mães que tiveram seus filhos mortos; outro, de homens e mulheres que perderam algum parente. Para esse projeto, Luskin contou com a cooperação de Carl Thoreses, PhD em Psicologia, e contou com o apoio de uma militante irlandesa que há trinta anos trabalha pela paz em seu país.

Os participantes foram separados em grupos experimentais e supervisionados, e passaram seis semanas tendo aulas sobre as técnicas de perdão de Luskin. Os primeiros resultados, segundo Thoresen, indicaram que os participantes apresentavam redução do nível de estresse, viam-se menos irados e mais confiantes de que, no futuro, eles perdoariam mais e mais facilmente. Além disso, o estudo mostrou que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, pois esse grupo de pessoas apresentou uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite. Luskin e Thoresen afirmam que essa melhora psicológica e física persiste pelo menos por quatro meses; em alguns casos, ao longo desses quatro meses, a melhora continua a progredir.

Luskin descreve o perdão como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. A terapia que ele propõe encoraja as pessoas a terem maior responsabilidade sobre suas emoções e ações, e serem mais realistas sobre os desafios e quedas de suas vidas.

A CURA PELO PERDÃO
Pesquisas e estudos vêm comprovando os benefícios, tanto mentais quanto físicos, do ato de perdoar. Entrevistamos o Dr. Fred Luskin, autor de O Poder do Perdão, que estuda o assunto há mais de quatro anos.

Camilla Salmazi
Segundo o dicionário (Dicionário Michaelis) a palavra perdão significa “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc), desculpar e poupar-se”. Sim! O ato de perdoar envolve tudo isso e ainda muito mais. Pesquisas e estudos vêm sendo desenvolvidos nesses últimos anos para mostra e comprovar o poder e os benefícios do perdão.

Porém, não é justo dizer que somente agora o mundo está se dando conta do poder do perdão. No aspecto científico, talvez, mas crença e religiões já pregam a importância do perdão há muitos e muitos anos, principalmente como um ato importante para a saúde do espírito.

No ano passado, Charlotte Van Oyen Witvliet, professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, e seus colega, fizeram uma experiência com 71 voluntários. Nela, foi pedido a eles que se lembrassem de alguma ferida antiga, algo que os tivesse feito sofrer. Nesse instante, foi registrado o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. E quando foi pedido que eles se imaginasse entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, eles se mostraram mais calmos, e com pressão e batimentos menores.

A questão principal, porém, é que o nato de perdoar não é uma das tarefas mais fáceis para nós, seres humanos. Tribos, sociedades, países, famílias e amigos já travaram e ainda travam batalhas, e verdadeiras guerras, por causa de diferenças entre as pessoas, ou devido a algum ato que desagradasse ou prejudicasse, espalhando pelo mundo ainda mais rancor e nem um pouco de paz. Mas o perdão não é impossível, nem mesmo nos casos mais graves, como vem tentando comprovar o Dr. Fred Luskin, autor de O Poder do Perdão e doutor em aconselhamento clínico e psicologia da saúde pela universidade de Stanford.

Após ter sido muito magoado por um grande amigo, Luskin conseguiu, sozinho, achar uma forma de perdoar-lhe, e quis investigar se a sua técnica funcionaria com outras pessoas em casos semelhantes ou em casos mais graves. E desde então, deu início a suas pesquisas.



EM 1999, ELE CRIOU O PROJETO DA UNIVERSIDADE DE STANFORD PARA O PERDÃO, tendo combinado em sua pesquisa dissertativa uma técnica psicoterapêutica, focando e emotividade racional, com alguns estudos sobre o impacto das emoções negativas, como raiva, magoa e ressentimento no sistema cardíaco.

Suas técnicas foram aplicadas em várias experiências, sendo uma delas com dois grupos de pessoas que foram atingidas pelos conflitos entre protestantes e católicos, na Irlanda: um grupo, de mães que tiveram seus filhos mortos; outro, de homens e mulheres que perderam algum parente. Para esse projeto, Luskin contou com a cooperação de Carl Thoreses, PhD em Psicologia, e contou com o apoio de uma militante irlandesa que há trinta anos trabalha pela paz em seu país.

Os participantes foram separados em grupos experimentais e supervisionados, e passaram seis semanas tendo aulas sobre as técnicas de perdão de Luskin. Os primeiros resultados, segundo Thoresen, indicaram que os participantes apresentavam redução do nível de estresse, viam-se menos irados e mais confiantes de que, no futuro, eles perdoariam mais e mais facilmente. Além disso, o estudo mostrou que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, pois esse grupo de pessoas apresentou uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite. Luskin e Thoresen afirmam que essa melhora psicológica e física persiste pelo menos por quatro meses; em alguns casos, ao longo desses quatro meses, a melhora continua a progredir.

Luskin descreve o perdão como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. A terapia que ele propõe encoraja as pessoas a terem maior responsabilidade sobre suas emoções e ações, e serem mais realistas sobre os desafios e quedas de suas vidas.

Em O Poder do Perdão, ele explica p processo de formação de uma mágoa e demonstra como tal fato possui um efeito paralisante na vida das pessoas, baseado suas afirmações em suas investigações e pesquisas, principalmente em seu Projeto da Universidade de Stanford para o Perdão. Por meio de nove etapas (ver Box), o autor ensina a sua técnica de perdão.

Nessa entrevista exclusiva para a Sexto sentido, Luskin apresenta suas idéias sobre o ato de perdoar, e tudo o que está envolvido nesse processo.



Como pode ser definido, de fato, o ato de perdoar?

É simples. Perdoar é a arte de fazer as pazes quando algo não acontece como queríamos. Dizermos que é fazer as pazes com a palavra NÃO.



O acúmulo de mágoas pode causar problemas físicos e psicológicos?

Claro... rancor e desesperança são particularmente perigosos para o bem-estar. A vida tem dificuldades freqüentes. Precisamos de um caminho para superá-las e, assim, nos libertarmos... é para isso que existe o perdão.



E o perdão pode ser considerado como uma cura para doença físicas e mentais advindas de problemas emocionais ou psicológicos?

O perdão reduz a agitação que leva a problemas físicos. Perdoar reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso, mas não pode ser mudado. Ele também limita a ruminação que leva a sentimento de impotência que reduzem a capacidade de alguém cuidar de si mesmo. O perdão é uma cura... às vezes. Ajuda? Sim, muitas vezes.



É possível que pessoas possa perdoar alguém, mesmo ainda estando irada ou magoada com ela?

A diminuição da ira e de mágoa vem de se vivenciar o perdão. O perdão é a experiência interior de se recuperar a paz e o bem-estar. Pode acontece de alguém perdoar um dia, e a raiva volta depois, e isso é normal. Dessa forma, o perdão é um processo que deve ser praticado. Se você permanece falando ou pensando com rancor de alguém, então o perdão ainda não aconteceu.



Existe um momento certo para dar início ao processo do perdão?

O momento é logo depois do tempo necessário para vivenciar a perda.



Se a pessoa perdoar, ela pode ficar com a sensação de que a pessoa perdoada estava com a razão, ou com a sensação de que um direito seu foi atingido. Como afastar ou ultrapassar essa idéia?

Às vezes, a pessoa foi realmente prejudicada. O perdão não elimina esse fato; apenas o torna menos importante. O perdão implica que se pode ficar em paz mesmo tendo sofrido um mal. Não podemos escapa de todos os males, faz a pessoa continuar intranqüila porque o problema ainda persiste. O perdão reconhece o mal, mas permite que o prejudicado leve a vida em frente. O perdão pode conviver com a justiça e não impede que se faça as coisas justas ou adequadas. Você apenas não as faz de uma perspectiva rancorosa ou transtornada.



Quando a pessoa se encontra num “processo” de perdoar alguém, pode acontecer dela perceber que ela mesma também tem culpa na situação e pode ter causado algum mal ao outro. Como ela deve agir num caso desses?

Muitas situações são complexas e não se pode simplesmente distinguir nelas uma pessoa boa e uma ruim, mas sim duas pessoas que criaram juntas uma situação difícil. É bom lembrar que o perdão pode ser estendido à própria pessoa e que, ás vezes, o perdão implica em reconciliar um relacionamento, e outras vezes, em abrir mão desse relacionamento.



Como a falta de perdão pode prejudicar as pessoas?

A ausência de perdão causa estresse sempre que se pensa em alguém que nos feriu e com quem não fizemos as pazes. Isso prejudica o corpo e provoca emoções negativas.



Como foi idealizado o Projeto do Perdão?

Eu fui seriamente magoado por um amigo próximo, e tive de encontrar sozinho uma forma de me recuperar. Quando consegui, resolvi verificar se isso funcionava com outras pessoas. Foi o começo do meu primeiro projeto de pesquisa.



Essas descobertas são universais, aplicáveis a todos os grupos de sociedades?

Até o momento, a pesquisa que eu e outros temos conduzido sugere que o perdão tem valor em dificuldades muito variadas; podem envolver esposas ou maridos que enganam maridos ou esposas, crianças que sofreram abuso, sócios fraudulento e até pessoas que tiveram seus filhos assassinados. Também trabalhamos com uma grande variedade de nacionalidade aqui em São Francisco e região e tivermos bons resultados.



Existem outros cientistas no mundo realizando o mesmo tipo de pesquisa?

Existem alguns que pesquisam o ensina do perdão, como nós. Outros pesquisam as características que tornam as pessoas mais propensas ao perdão, e outros tentam entender como o perdão pode ser benéfico à saúde.






OS NOVE PASSOS DO PERDÃO - Segundo o Dr. Fred Luskin

1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.

3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.

6. Desista de espera, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essa coisa aconteçam quando você não tem o pode de fazê-las acontecer.

7. Coloque sua energia em tenta alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróicas que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.

"O Poder do Perdão"
Dr. Fred Luskin
Site: www.learningtoforgive.com

Raiva, mágoas e ressentimentos

Toda vez que alguém ou algo se choque com o bem-estar de outra pessoa, com o seu prazer, irá imediatamente produzir a chispa da raiva. Esta poderá abrandar-se logo ou atear incêndio, dependendo da área que tenha atingido.

A raiva é a reação emocional imediata à sensação de se estar sendo ameaçado, sendo que esta ameaça possa produzir algum tipo de dano ou prejuízo.

Não há quem já não tenha sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas...sendo estas as mais diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.

Sentir raiva é atitude natural e normal no quadro das experiências terrenas. Canalizá-la bem, elucidando-a até a sua diluição, é característica de ser saudável e lúcido, conforme assevera a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis. Mas como impedir que esta sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e sentimentos?

Segundo a nobre mentora de Divaldo Franco, o primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para nos envergonhar-mos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser.

Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de conseguir me desequilibrar o restante do dia?” Neste momento inicia-se a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem e não no exterior.

Como dissemos, a raiva é uma reação emocional que ocorre toda vez que alguém vai de encontro ao nosso bem-estar, de maneira que nos sentimos ameaçados. O que então nos deixou tão ameaçados? Que área do meu ser aquela palavra proferida pelo ofensor atingiu de maneira tão precisa? Por que aquilo que foi dito significou tanto para nós?

A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali – bastava acioná-la.

Decorre daí o enunciado de Joanna de Ângelis, de que “a raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros”, sendo que quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior.

Canalizar bem a raiva significa, assim, refletir sobre o porquê de nosso desequilíbrio momentâneo. Da mesma forma, outro recurso deve ser empregado: refletir sobre a origem do ato na outra pessoa. Isso significa perceber que a pessoa estava em desarmonia no momento em que agiu, de forma impensada, produzindo o conflito. Significa tentar perceber que o outro agiu sem nenhuma intenção de produzir o dano que nós agora sentimos.

Isso não significa, de maneira alguma, que devamos ser coniventes com o desrespeito e ironia das pessoas ao nosso redor, as quais agem sem pensar nas conseqüências de seus atos. Mostrar-se ofendido, mostrar-se desgostoso com a situação, demonstrar os sentimentos de contrariedade e até mesmo a raiva inerente à ofensa são reações perfeitamente normais, de quem respeita a si mesmo e se considera credor do respeito e consideração dos seus semelhantes. Da mesma forma, dar uma corrida, realizar exercícios físicos ou algum trabalho que leve à exaustão, são recursos valiosos para se diluir a raiva. Extravasar, contar para os amigos como se sente, também são atitudes saudáveis e terapêuticas. O que não se deve fazer é camufla-la, reprimi-la, pois então estaremos oportunizando o surgimento da mágoa e do ressentimento.

Certamente há situações em que a dor nos atinge sem que possamos nos defender. Ocorrências em que ficamos paralisados, sem saber como agir, tamanha nossa surpresa e decepção. Entretanto, parece que nunca estamos preparados para as decepções. Acreditamos que sempre seremos estimados e considerados por todos, e que as pessoas nunca irão nos trair – e então nos magoamos.

A ingratidão e a calúnia ainda fazem parte do orçamento moral da humanidade, e não há quem não se depare com elas em algum momento. Dependendo da pessoa autora do disparo, do lançamento do dardo, este parece penetrar o mais profundo da alma, produzindo enorme sofrimento. Muitas vezes, aquela pessoa em quem nós mais confiávamos nos trai, nos decepciona, nos fere – e a dor então é perfeitamente natural. Chorar, considerar a ocorrência injusta, demonstrar os sentimentos ao agressor, mostrando-lhe os ferimentos, são atitudes que auxiliam para que a dor diminua e se abrande. Contar aos amigos o ocorrido, demonstrando como se sentiu diante da situação, dizer o quê o magoou, são recursos que colaboram para que a mágoa não se instale na criatura.

Em nenhum momento devemos nos permitir guardar a mágoa, diz o espírito Hammed. Quando a mágoa se instala, o indivíduo vai perdendo aos poucos a alegria de viver, avançando em direção aos estados depressivos e de melancolia – extinguindo-se o prazer pela vida. A mágoa cultivada aloja-se em determinado órgão e o desvitaliza, alterando o funcionamento normal das células. Quando dissimulada e agasalhada nas profundezas da alma, se volta contra o próprio indivíduo, em um processo de autopunição inconsciente. Neste caso, o indivíduo passa a considerar a si próprio culpado pelo ocorrido, e então se pune, a fim de expiar a sua culpa.

Segundo Sigmund Freud, o grande psicanalista do século vinte, todos nós temos uma certa predisposição orgânica para cedermos à somatização de algum conflito. Esta se dá geralmente em algum órgão específico. Desta forma, muitos de nossos adoecimentos repentinos são fruto do que ele chamou de complacência somática. Nós guardamos a mágoa ou “fazemos de conta” que ela não existe. Como os sentimentos não morrem, eles são drenados no próprio ser, ferindo aquele que lhe deu abrigo.

Mais uma vez, assevera Joanna de Ângelis, devemos recorrer à racionalização do ocorrido. Refletirmos sobre o desequilíbrio da outra pessoa, sobre sua insensatez e situação infeliz, o que faz com que a mágoa vá perdendo terreno para a compreensão e impedindo que o acontecimento venha a repetir-se continuamente na mente da criatura através do ressentimento.

O ressentimento é o produto direto da repressão da raiva. Não expressamos nossos sentimentos ao ofensor, não lhe demonstramos nosso desapontamento e desgosto e então passamos a guardá-la, a fim de desferi-la no momento oportuno.

O ressentimento é fruto de nosso atraso moral. Nós guardamos a dor da ofensa a fim de esperar o momento oportuno da vingança, do revide, a fim de sobrepormos nosso ego ferido em relação ao ego do ofensor. Quando isto acontece, um sentimento de animosidade cresce dentro de nós a cada dia, até que a convivência com a outra pessoa se torne insuportável. Um olhar não suporta mais o outro e a relação cessa por completo. Muitas amizades terminam assim, por falta de diálogo, de sinceridade e humildade em reconhecer-mos para o outro que ficamos chateados com sua atitude. Casais acumulam memórias de brigas, guardando lembranças de atritos que já ocorreram há meses, sem trocarem sequer uma palavra sobre o assunto, criando um clima silencioso o qual vai tornando o ressentido amargo e infeliz. Assim, há pessoas que possuem sobre o olhar uma “máscara espessa”....que encobre qualquer sorriso...Chegam a nos causar quase medo! É a amargura...que vai retirando toda a alegria de viver da pessoa.

Nós devemos reagir imediatamente ao ressentimento, impedindo o seu desdobramento. Sem dúvida que existem pessoas que se comprazem na calúnia, em proferir ofensas e mentiras sobre toda e qualquer pessoa. Não devemos sintonizar com este tipo de faixa vibratória e aceitar-lhes os dardos infamantes.

Quando optamos por não guardar ressentimentos estamos fazendo um bem a nós mesmos, impedindo a desarmonia e inquietação decorrentes da sua instalação nos painés das emotividade. O outro, porque em desequilíbrio, receberá os frutos de suas ações, decorrente da faixa em que se encontra.

A causa destes algozes da alma humana, tais como a raiva, a mágoa e o ressentimento, quase sempre é a mesma: a falta de auto-estima da criatura, ou seja, a falta de amor por si mesmo. Quando valorizamos em demasia o olhar de amigos, colegas e familiares, estamos nos apoiando em terreno movediço. Nos tornamos apegados e dependentes.

Por outro lado, quanto mais nos descobrimos, quanto mais passamos a desenvolver nossas potencialidades, reconhecendo nossos valores e nossa beleza única, mais seguros nos tornamos, de maneira que a raiva e a mágoa não encontram alicerces para sua instalação.

Aquele que se ama e valoriza não se magoa facilmente e tampouco fica irado com qualquer palavra descabida de um colega de trabalho ou amigo. Dessa forma, trabalhar pelo desenvolvimento de nossa auto-estima é o melhor antídoto para evitarmos o acúmulo do lixo mental dos ressentimentos e mágoas.

Na origem de nossos males – por mais que insistamos em culpar os outros - , sempre está a própria criatura, herdeira de si mesma.

  • Bibliografia:

Joanna de Ângelis, em “Autodescobrimento – Uma busca Interior”.

__”O Ser Consciente”

__”Amor, Imbatível Amor”

__”Elucidações Psicológicas à Luz do Espiritismo”

__” Episódios Diários”

Hammed, em “As Dores da Alma”.

Adriano Oliveira


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sempre...



Com os cabelos muito longos, cacheados, vestindo camisola branca, eu te olhava... com um olhar puro e em teus olhos azuis me perdia...
Teu olhar me transmitia um sentimento bom, que aquecia meu coração e eu me sentia protegida.
Nas tardes ensolaradas de outono, você me punha na carona da bicicleta, eu de pé na carona, bem agarradinha ao teu pescoço e você saía a me isibir para teus amigos.
Dizia que eu era um anjo...
Quantas e quantas vezes chegava em meio a madrugada e me acordava de mansinho, me levava em teus braços para a cozinha e preparava algo para comermos...
Sem uma palavra, apenas nossos olhares...
O tempo...
Há quanta saudade...
Dez anos se passavam e lá estavas, abraçado a minha cintura, orgulhoso em isibir-me.
Ainda sinto teus beijos em minhas bochechas...
Ainda sinto teu carinho...
Escuto o som da tua flauta, tocada entre goles de vinho...
Das poucas boas lembranças que carrego, estarás sempre comigo.
Te amo Octávio e sempre te amarei.
Irmão querido!
Hoje completarias 56 anos
Há dois anos brinco no Second Life.
Quando entrei neste mundo virtual, uma segunda vida, fiquei encantada com a criatividade das pessoas em transformar simples primitivas(cubos, cilindros, triangulos..) em obras de arte virtuais.
Claro que para meu desagrado, ouvi comentários do tipo: "Aquele jogo é para sacanagem ou para consumir virtualmente.
Hoje mostro a essas pessoas que o Second Life não é um jogo tão somente para "sacanagens" ou tão pouco pelo prazer de comprar, pois eu, eu sei criar!

https://marketplace.secondlife.com/products/search?search[category_id]=&search[maturity_level]=G&search[keywords]=Nanda+chun
Uso o SL (Second Life) como terapia, crio, faço amigos e me distraio.

Recomeçar...


Depois de alguns anos... cá estou a divagar...
Não podia ser em data menos importante... Seguido do dia das mães e aniversário de meu pai e agora já na virada da madrugada, aniversário de meu irmão.
Saudades de vocês...





NÃO BASTA EXISTIR, É PRECISO VIVER
Não basta existir, é preciso viver. E viver é muito mais que existir.

Viver implica aprender e, para ser aprendiz, é preciso humildade para reconhecer a própria ignorância.

Viver implica educar-se para o amor, e, amando e amado, experimentar a angústia de saber-se iluminado sem sentir-se luz, vivenciando as dores e as venturas de sentir-se completo sem poder ser pleno.

Viver implica movimento. E não há movimento sem esforço e atrito.
A vida é dinâmica, jamais se estanca. Vibra serena e sem pressa, embora nunca pare para esperar quem ignore seu ritmo.

Para existir, basta estar. Para viver, é preciso ser, por inteiro. E para viver, ainda que existindo, é preciso ser estar e estar, num ser único.

Viver implica acreditar-se imortal e eterno, mesmo sabendo que nada é permanente.

Viver implica progredir, ir adiante, avançar.

Viver é existir de todas as formas e em todas as dimensões, amando cada uma delas.

Para viver, não basta ver, ouvir, pensar e falar, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é preciso sentir, mergulhar em si mesmo e sair, novamente, para observar-se sem paixão.

Viver implica iluminar-se e, sob a luz da própria consciência, apontar os próprios defeitos e limites.

Viver implica assumir a responsabilidade pelos próprios atos, transformando-os todos em gestos de amor e compaixão.

Viver implica conhecer-se, profundamente, e, ciente de si, deixar de enganar-se, trabalhando para mudar aquilo que não está bem.

Viver implica reconhecer, no universo, o próprio lar; nas humanidades cósmicas, a própria família; na criação infinita, o próprio berço; e na natureza a própria saúde e o único sustento.

Não há vida sem troca, não há troca sem perdas, não há perdas sem ganhos, não há ganhos sem lutas, não há lutas sem dor, não dor sem razão; e não razão fora da vida.

Viver é muito mais que existir, mas ninguém aprende a viver plenamente sem existir, muitas vezes, de muitas maneiras.

Viver é transcender o que se pensa saber da vida, para assimilar-lhe a verdadeira sabedoria.

Viver implica arriscar-se. E o maior risco é errar.

Mas viver também implica estar certo. E a maior certeza é a de que, a cada erro, mais se pode aprender.

Para existir basta ter sangue nas veias e ar nos pulmões. Para viver, no entanto, é preciso sangrar e sufocar-se de tanto amor.

Na existência, há apenas meias verdades e grandes mentiras, enquanto a vida no conduz ao coração da única verdade absoluta.

Viver é manifestar-se sem tempo ou espaço; é ser fogo ardendo sempre, sem se queimar; é verbo que não se conjuga, apenas se pratica; é palavra que não se define, apenas se diz; é conceito que não se explica, apenas se vive.

Viver é estar no todo, sendo tudo, sem nunca esgotar-se.

Quem vive, canta por dentro, a despeito do silêncio exterior. Quem vive, existe em todos os lugares, sem pertencer a nenhum. Quem vive, busca, em si mesmo, o que deseja para o seu caminho e, quando encontra, volta a buscar.

Quem vive, não vê morte, apenas transformação; não morre, transmuta-se para a vida; não nasce, apenas passa pela morte para viver.

Viver é ir mais, mudar sempre, virar-se e revirar-se, buscar o próprio avesso, sem saber onde fica o direito.

Viver é enxergar a luz, mesmo nas sombras, e criar luz nas próprias trevas.

Viver é expandir a própria existência para além dos limites imaginados.

Viver é doar-se, sem pedir; é ceder, sem resistir; é entregar-se, sem recear.

Quem vive, renasce um novo ser todos os dias.

Quem vive, tem a própria existência traçada a lápis e recria o próprio destino, minuto a minuto, com a borracha da sabedoria e do perdão.

Quem vive, não sabe o caminho ou quando chegará, para sabe para onde está indo.

Quem vive, continua na morte e recria-se ao nascer, sabendo que é preciso morrer para nascer e é preciso existir para morrer.

Viver é ter na própria consciência uma única história, representada por milhares de faces, nomes, episódios de milhares de existências.

Para viver, não basta existir, pois existir é pouco para um ser que nasceu para ser Deus.


- Maísa Intelisano –
São Paulo, 02 de fevereiro de 2005.

Esse texto foi inspirado espiritualmente por um amparador extrafísico, durante uma reunião do Grupos de Estudos e Assistência Espiritual do IPPB.

um belo vídeo...